segunda-feira, 14 de abril de 2008

O Começo da História

Olá Caros Leitores!

Vou começar uma série de textos, baseados no livro "São Miguel - A saga do Povo Missioneiro", de Rafael Baioto e Júlio Quevedo, especialistas no assunto no qual acompanhamos. Espero que gostem, e tirem suas próprias conclusões.

O Começo da História

Povoar para garantir a posse do território, obter riquezas e comerciá-las. Essa foi a premissa que motivou as ações das Coroas Ibéricas na região do Rio da Prata entre os Séc XVI e XVIII, pautadas no Tratado de Tordesilhas, de 1494, e pelas mobilizações das suas frentes de expansão.

A passagem do Séc XVII para o XVIII for marcado por ações militares entre portugueses e espanhóis na região do Rio da Prata, devido aos conflitos que se intensificaram com a fundação da Colônia de Sacramento, em 1680, um entreposto português em terras espanholas. Tendo sido por várias vezes atacada, os cercos a essa colônia lusa contavam com exércitos formaos pelo povo Guarani, advindo das Missões Jesuíticas, que cumpriam, também aí, sua função política de defender o território em nome do rei da Espanha e da Igreja Católica.

As ações portuguesas na região platina preocupavam os padres jesuítas que viam em risco não apenas a população missioneira, mas também as suas riquezas, principalmente o seu gado, além de terem sua estrutura comercial no Prata abalada em função da concorrência portuguesa. Por isso, eles reclamaram ao rei espanhols D. Felipe V, em 1743, expondo a importância dos trabalhos prestados àquela Coroa e os riscos que corriam a partir da expansão lusa, que poderia pôr a perder a ação missional, levando os Guarani a abandonarem as Missões. Assim, as populações missioneiras e seus exércitos eram de suma importância para a manutenção da geopolítica espanhola na região do Rio da Prata.

Nesse contexto, a análise do processo histórico é um fator preponderante para que se compreenda a construção e a desconstrução do espaço reducional de São Miguel, a partir de alterações vividas pelo anterior, o Tekohá, o primeiro espaço do guarani.

Tu conheces a história de São Miguel das Missões? Provavelmente já visitastes as ruínas de São Miguel e sabes também que elas são consideradas Patrimônio Histórico da Humanidade. Por isso, milhares de pessoas de diversos lugares do mundo já vieram nos visitar e divulgam o nosso patrimônio em todos os Continentes. E nós, o que sabemos sobre as nossas ruínas? Sobre a origem do nosso povo?

A nossa proposta é te ajudar a conhecer melhor a nossa história, a nossa formação étnica e a importância que desfrutamos na história e cultura do Rio Grande do Sul.

Por que o nome São Miguel? A origem vem dos tempos bíblicos, onde na mitologia católica São Miguel é um dos sete anjos assistentes diretos de Deus Pai todo poderoso. Seu nome é de origem hebraica e significa: "aquele que é igual a Deus". São Miguel seria o responsável por uma legião de anjos que deveriam proteger os céus contra os demônios.

Quando os missionários jesuítas aqui chegaram, em 1687, encontraram um lugar belíssimo, com matas verdejantes e fontes d'água límpidas. Nesse lugar habitavam homens, os bravos guerreiros que se denominavam guaranis. Este povo acolheu os jesuítas, junos contruíram uma civilização, lançaram à terra as sementes que germinaram e garantiram o sustento de centenas de missioneiros. A partir daquele instante, para os jesuítas e os índios missioneiros, a terra se tornava a "Terra da Promissão" e o nome escolhido foi São Miguel Arcanjo, em homenagem ao anjo protetor contra os inimigos da obra missionária.

São Miguel se mostrou forte e promissora. Seus filhos guarani-missioneiros sempre foram bravos guerreiros, quando isto se fez necessário, mas também eram sensíveis poetas e artistas em tempos de paz.

Aqui começa a história da formação da atual cidade de São Miguel das Missões e do prórpio Rio Grande do Sul

Fonte: São Miguel das Missões - Rafael Baioto e Júlio Quevedo - 2ª edição, Porto Alegre: Martins Livreiro, 2005.

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