domingo, 16 de dezembro de 2007

A Revolução Francesa - O Iluminismo se impondo

Olá meu caros leitores!

Saúdo-os pedindo perdões por essa longa demora.

Para início de conversa, venho me debruçado sobre alguns pensamentos, rememorando e repensando o que fora a tranformação do pensamento humano, a ponto de coletivamente eclodir sob uma nova perspectiva, salientando que nos nossos dias, devemos mais uma vez tranformar o pensamento humano, para sermos mais coletivos ainda. Por que busco isso? Bem, digamos que conheci um pensador bem interessante: Jean-Jacques Rousseau. Digo interessante, pois ele compreendera em sua época a importância da transformação do pensamento humano, sendo seus escritos estopins para o início de nossa era capitalista nas Revoluções Burguesas, mas mais propriamente a partir da Revolução Francesa. Mas isso veremos em outro momento.

Uma coisa que temos que recordar, quando falamos em "estrutura estatal", é sobre Quem coordena a vida coletiva??? O Soberano, o Estado, a Aristocracia, ou o Povo? Até a Revolução Francesa vimos o Soberano estando no Poder, porém sem realizar os desejos da maioria da população, ou pelo menos a vontade geral. Isso gerou uma instabilidade a ponto da população romper seus grilhões, e invadirem o grande símbolo de poder na época: a Bastilha (para os desavisados, a Bastilha era a grande prisão política da França Absolutista). Quando se fala em liberdade individual que a Queda da Bastilha representou, na verdade foi um símbolo de rompimento de séculos (na verdade milênios, mas não vem ao caso agora), onde se diferenciava uma pessoa da outra através de sua filiação, que, por sua vez, representariam os verdadeiros representantes de Deus na Terra (ou seja, o direito de herança é justificado pela Origem Divina!). Direito de herança pois é ligado diretamente a posse, ou propriedade. Quando se assimila que as posses surgem a partir do trabalho (o que os protestantes querem), supõe-se a produção da terra. Isso diferenciava brutalmente o Regime vingente (Antigo Regime, lembram-se da Sexta Série??) na França. Ali pode-se dizer que foi a primeira vez que o povo integrado conseguiu derrubar uma lógica viciada operante desde o Império Romano, pelo menos.
Quando a "lógica humana" derrubou a visão teocrática de Estado, foi fabuloso para o amadurecimento do Ser Humano. Porém, para variar, foi esquecido de olhar os "efeitos colaterais" do pensamento Antropocêntrico na bula Iluminista: "O homem é o lobo do homem!". Então, se o "antropos" (humano) é o centro do universo, só tem carniceiro a nos colocar cabrestos!!!!! A nossa educação coletiva ensinou o humano a ser assim, a sermos individualmente o centro das atenções. Matamos Deus no auge do Séc XIX, vimos um Séc XX quase desastroso para o Planeta (o Ser Humano se divinizou no momento em que se colocou no centro do Universo), e hoje estamos obrigados a repensar em nossos "modus operantis" do dia-a-dia. Quem sabe agora no início do Séc XXI estamos aprendendo devagarinho a sermos cidadãos??? Será que a "água" bateu na "bunda" de nós "patos", literalmente?

Um dia ainda conseguiremos romper nossos desejos individualistas, para constituirmos um coletivo humano, sem a necessidade de termos mais do que possamos possuir. Ou ainda o Planeta deve continuar a ter os Seres Humanos da etnia Européia como Proprietários Naturais de tudo? Nós possuímos o Planeta, ou ele nos possui?? Pensemos nisso.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Economia Alternativa


Olá Caros Leitores...

Mais uma vez me ausento por um período mais longo.... O motivo são as pesquisas q ando fazendo.... numa dessas, encontrei esse texto... vou dividí-lo com vcs...

Abração a todos

ECONOMIA ALTERNATIVA

Viagem a uma empresa utópica

No sul da Espanha, uma companhia que não visa lucro, pratica o comércio justo e paga salários iguais a todos os sócios e funcionários atua há vinte anos — e está em perfeita saúde econômica

Carola Reintjes

A ilha que descobriremos, por meio de um de seus povoados, é a da Economia Alternativa e Solidária. Um dos tesouros guardados a sete chaves — tesouro privado-intimista – é um pequeno povoado chamado Ideas. O nome é referência às visões de mundo – rebeldes, insubmissas, transformadoras – que se cultivam por lá. Idéias nobres, que se encontram no pólo oposto da suposta nobreza do sangue azul. (Alíás, nunca entendi como se pode associar classismo e elitismo à cor-símbolo do mar, do alto vôo sobre horizontes esperançosos).

Venham comigo a um rincão de Andaluzia, ao extremo sul da Espanha, mais próximo da África do que do coração da velha Europa, para conhecer uma organização de Economia Alternativa e Solídária, denominada Ideas. O que o ela tem de especial? Comecemos pelo que diz sua página web:

Ideas (Iniciativas de Economia Alternativa e Solídária) é uma Organização de Comércio Justo, cuja missão consiste em transformar o plano econômico e social, com o fim de construir um mundo mais justo e sustentável, desenvolvendo iniciativas de Comércio Justo, Economia Solidária e Consumo Responsável, tanto no âmbito local quanto internacional. Todas as ações da organização fundamentam-se em princípios de igualdade, participação e solidariedade”.

Belas palavras... Mas o papel é paciente, e entre a missão declarada de tantas organizações e a prática há uma pequena fratura, ou um abismo. O que existe de fato de alternativo e transformador na organização? Vejamos.

Quando os "donos" renunciam a sua propriedade

Quantas empresas existem no mundo, nas quais a gestão econômica não obedece a lógica de maximizar lucros? São denominadas empresas de Economia Solídária. Os lucros eventualmente obtidos não são repartidos entre acionistas e sócios — mas utilizados para ampliar as ações em curso. Os "donos" renunciam também à propriedade. Ao deixarem a empresa, oferecem ao coletivo sua "parte" no capital. Existem empresas assim, e não são poucas. Ideas é uma de muitas...

Quantas empresas dedicam-se a atividades que vão contra a lógica de mercado, deixando de se apoiar na competitividade, na lei do mais forte ou na lógica de oferta e procura do comércio tradicional? Essas também existem. E crescem cada vez mais, seja pelo “esgotamento do modelo globalizador excludente”, por suposta responsabilidade social ou pelo verdadeiro compromisso. Ideas é uma dessas.

Em quantas empresas comerciais as compras e vendas são baseadas em outras lógicas, que não as do mercado? Recusa-se o poder do comprador sobre o provedor, mais débil. Rompe-se a lógica de desigualdade e se desenvolvem, em vez dela, relações de cooperação e práticas de comércio justo, a serviço do empoderamento dos pequenos produtores marginalizados. São as Organizações de Comércio Justo. Ideas, mais uma vez, está neste grupo, credenciada pela Associação Internacional de Comércio Justo (IFAT).

Quantas empresas comerciais investem energia e recursos na reivindicação, campanhas, sensibilização, incidência política e educação de consumidores, jovens e cidadãos em geral? Neste caso, são poucas – Ideas solitárias.

Almoxarife e diretor: mesmo empenho, igual salário

Em quantas empresas pratica-se a horizontalidade salarial? Os trabalhadores com formação acadêmica ou experiência em setores valorizados no mercado recebem salário igual ao daqueles que não tiveram a mesma sorte. Acredita-se que o encarregado do armazém emprega o mesmo esforço e empenho de um diretor. Ainda não há muitas empresas assim, mas posso assegurar que Ideas é uma delas.

Quantas empresas conhecemos onde o número de mulheres em cargos diretivos é igual ou proporcional ao número de homens? Em Ideas, nunca houve um debate sobre a denominada “questão de gênero”: há a prática natural diária de respeito e igualdade.

E, por fim, em quantas empresas a revolução se faz de segunda-feira a sábado? Os sócios e trabalhadores expressam o protesto contra a globalização econômica, a guerra e tantas misérias mais. Possuem militância construtiva no tecido social, contribuindo, com ativistas e consumidores, na formulação de alternativas sociais, econômicas e ecológicas. Ideas que, de outra forma, estariam em perigo de extinção.

Em perigo de extinção? Depois de vinte anos, estas boas e nobres Ideas — idéias rebeldes, insubmissas e transformadoras — sobrevivem, resistem e constróem. Gozam de muito boa saúde...

Tradução: Carolina Gutierrez
carol@diplo.org.br


Fonte: Le Monde Diplomatique Brasil
http://diplo.uol.com.br/2007-10,a1983

domingo, 21 de outubro de 2007

Tenro (Tender) - Blur

Olá Caros Leitores!

Hoje vou postar uma musica que ouvi hoje, e me fez pensar muitas coisas boas e interessantes... Vou postar a tradução da musica, e curtam o som....






Tender (tradução)

Blur

Composição: Indisponível

Tenro

Tenra é a noite
deitado ao seu lado
Tenro é o toque
De alguém que você ama muito
Tenro é o dia
Os demonios vão embora
Senhor eu preciso encontrar
Alguém que possa curar meu espirito
Venha, venha, venha
Entre
Venha, venha, venha
O amor é a melhor coisa
Venha, venha, venha
Entre
Venha, venha, venha
O amor é a melhor coisa
que temos
Estou esperando por este sentimento
Estou esperando por este sentimento
esperando para que aquele sentimento venha
Oh, meu bem
Oh, meu bem
Oh, por que
Oh, Deus
(2x)
Tenro é o fantasma
O fantasma que eu mais amo
Se escondendo do sol
Esperando a noite chegar
Ternro é meu coração
Estou estragando minha vida
Senhor eu preciso encontrar
Alguém que possa curar meu espirito
Venha, venha, venha
Entre
Venha, venha, venha
O amor é a melhor coisa
Venha, venha, venha
Entre
Venha, venha, venha
O amor é a melhor coisa
que temos
Estou esperando por este sentimento
Estou esperando por este sentimento
esperando para que aquele sentimento venha
Oh, meu bem
Oh, meu bem
Oh, por que
Oh, Deus
(2x)
Venha, venha, venha
Entre
Venha, venha, venha
O amor é a melhor coisa
Venha, venha, venha
Entre
Venha, venha, venha
O amor é a melhor coisa
que temos
Estou esperando por este sentimento
Estou esperando por este sentimento
esperando para que aquele sentimento venha
Oh, meu bem
Oh, meu bem
Oh, por que
Oh, Deus
(2x)
Tenra é a noite
deitado ao seu lado
Tenro é o toque
De alguém que você ama muito
Ternro é meu coração, você sabe
Estou estragando minha vida
Senhor eu preciso encontrar
Alguém que possa curar meu espirito
Venha, venha, venha
Entre
Venha, venha, venha
O amor é a melhor coisa
Venha, venha, venha
Entre
Venha, venha, venha
O amor é a melhor coisa
que temos
Estou esperando por este sentimento
Estou esperando por este sentimento
esperando para que aquele sentimento venha
Oh, meu bem
Oh, meu bem
Oh, por que
Oh, Deus
(vai diminuindo até o fim)

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

A Sétima Bebida


Após ler a reportagem "Copos do Mundo" (Revista Aventuras na História, nº 37, Ed. Abril, Set/06, pg 32-37), onde o Jornalista Inglês Tom Standage, editor da revista "The Economist", descreve no livro "História do Mundo em Seis Copos"(Standage, Tom - Ed. Jorge Zahar, 2005) o papel das bebidas no desenvolvimento da Agrucultura, da Escrita e da Filosofia em determinadas sociedades, podendo servir de paralelos para analisr o desenvolvimento das Civilizações Humanas. Ele busca em cada bebida a relação direta de cada Civilização: Cerveja - Egito Antigo e Mesopotâmia; Vinho - Grécia, Roma e Idade Média; Rum/Uísque - Início da Idade Moderna; Café - Revolução Francesa; Chá - Império Britânico; e Coca-Cola - Estados Unidos da América.

Em cada momento Histórico ele descreve a organização produtiva e societária de cada Civilização. Raciocinando comigo, a respeito de uma possível transição de paradigmas de nosso momento histórico para uma sociedade socialista, recordo-me do modelo econômico das Reduções Guaraníticas, onde a Erva-Mate (Ilex paraguayensis) era a principal bebida, produzida e moída coletivamente. Segundo a Filosofia Mbya-Guarani, a origem do chimarrão (Yerba Mate ou Tererê) se dá através da divindade "Caapora", que oferece de presente ao povo a árvore "Caá", que serve de estimulante de energia física e fonte de cordialidade (Missões - Lessa, Barbosa - Ed. Unisinos, 1999, pg 68-70).

Levando em consideração que na "Identidade Gaúcha" da Mesopotâmia Sul-Americana o hábito de beber essa infusão é tradição e costume (tanto que Che Guevara por ser argentino mantinha também esse hábito), pode-se pensar que a Erva-Mate (tanto bebida quente na Argentina, Uruguai e Sul do Brasil, quanto gelada no Paraguai e Centro-Oeste Brasileiro) é a bebida que representaria um modo de produção coletivisado e comunitário (socialista), sendo a 7ª Bebida da Civilização Contemporânea. É apenas uma hipótese... heheheheheh

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

A Padroeira do Brasil


Olá Caros Leitores!

Antes de mais nada, começo saudando-os pelo dia de hoje, dia de Nossa Senhora Aparecida. Que as pessoas do nosso país tenham uma visão mais humanista e verdadeira da vida, e que as relações humanas sejam de libertação das nossas condições mesquinhas, onde o dinheiro vale muito mais do que um sorriso. E é sobre as relações monetárias que irei falar hoje.

Além de hoje ser dia da nossa padroeira, hoje também é Dia da Criança. Claro que se formos lembrar daquilo que os velhos padres falavam, de sermos como crianças, pois Jesus tinha dito isso alguma vez, sei lá quando, podemos oxigenar melhor nosso entendimento. Mas quando ligamos nossa querida caixinha de alegrias, a Televisão, a última coisa que veremos no dia de hoje será algo sobre Nossa Senhora. Podem parar para analisar! Vai ser propaganda atrás de propaganda sobre brinquedos, produtos infantis, alimentos industrializados, etc. etc. Nada de amor e respeito ao próximo. E não entendemos o porquê das pessoas quererem primeiro dinheiro, para depois pensarem no bem comum. Primeiro o MEU, para quem sabe depois pensar no NOSSO.

Mesmo no nosso continente latino-americano, onde a maioria das cidades têm nome de santos, as pessoas pouco se importam da origem dos nomes das cidades. Pensam apenas em consumir, consumir, consumir... E quem sabe algum milagre possa acontecer na vida delas, pois são pessoas boas...Na boa, para mim isso é esquisofrenia!!!! Tratamos as relações superiores como mercadorias. "Eu vou doar um monte de dinheiro para a Igreja, pois o Pastor vai me dar milagres!!!" Eu troco dinheiro por milagre... Eu compro Deus. E Deus o livre se ele não me atender... Vou colocá-lo no Procon!!!!!

Quero fazer apenas mais um raciocínio: Em 1750 mais ou menos, a Revolução Industrial se iniciou na Inglaterra. Toda a produção mundial começou a tomar fôlego, e se desenvolveu até os níveis que estamos hoje. O Planeta Terra (sim, o nosso) de 350 anos para cá vem sofrendo de uma forma absurda. Só quem não vive na realidade não se deu conta da poluição, do degelo das calotas polares, da qualidade das águas nos nossos rios, enfim, dos problemas que a industrialização trouxe para nossas vidas. Mas mesmo assim a maioria das pessoas querem dinheiro para consumir produtos industrializados, "pois são os melhores"... Há 350 anos foi destruída a civilização mais perfeita que pisou nesse planeta, como disse Voltaire e Montesquieu. Essa civilização era o Povo Missioneiro, que viviam nas Reduções Jesuíticas, na Mesopotâmia Sul-Americana. Será que não está na hora de começarmos a repensar nossos valores, estudar melhor nossa história, e trazermos para nosso dia-a-dia a forma de viver daqueles povos, que o próprio sistema capitalista destruiu? Detalhe: Destruiu aquele povo, e nosso próprio planeta. Será que a busca por dinheiro vai salvar nossa existência???? Pensamos nisso...

Que Nossa Senhora Aparecida traga bençãos e dicernimento ao povo brasileiro. Bom feriado a todos!!!!

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Cristo Guerreiro


Olá Caros Leitores!

Para quem acompanha os meios de comunicação de massa, no mínimo deve agora estar tomando conhecimento de quem foi Ernesto Guevara de la Sierna, o "Che". Ontem às 13:30 completou 40 anos de sua morte, ou melhor, assassinato. Para não chover no molhado, vou buscar uma outra forma de analisar nosso amigo Che, ou como chamam ele no Interior da Bolivia, "San Ernesto de la Higuera".

No último fevereiro, tornou-se pública as últimas imagens de Ernesto vivo. Essas fotos foram publicadas por Pacho O´Donnell, ex-secretário da Cultura da Argentina e autor de uma conhecida biografia do Che. Pode-se ler a reportagem completa no link http://www.picarelli.com/fotolegendas/fotolegenda042006f.htm

Mas paro para analisar como as pessoas no interior da Bolívia entendem nosso amigo Che. Em algumas localidades, pessoas colocam sua foto junto a imagem de Jesus Cristo. Mas o que será que passa pela cabeça desse povo???? Eles não tem instrução e conhecimento para saber que Jesus é uma imagem da Igreja Católica Apostólica Romana, e Ernesto um Revolucionário que quer acabar com a Família e a Propriedade Privada??? Ainda bem que para esse tipo de análise eles não tenham a "instrução", nem a Revista Veja... heheheheheh

Se formos buscar na Bíblia quem foi Jesus Cristo, ele era um cara filho de carpinteiro, que curtia os ensinamentos hebraicos (sim, para os desavisados, Jesus era Judeu) desde pequeno, e depois de dar uma banda pelo deserto se ligou que alguma coisa tinha que se fazer para mudar a vida das pessoas. Como ele era o cara, tinha contato direto com o Patrão Celestial, passou a fazer "milagres", como curar leprosos, fazer cegos verem, surdos ouvirem, era justo para com as pessoas, multiplicava os pães, transformava água em vinho, e dizia "Ame as pessoas como a si próprias" e o "Reino de Deus na Terra". Dizem que foi isso que levou os Fariseus a entregarem ele a Pôncio Pilatos, e assim matarem ele na Cruz. E o mais interessante: disseram que ele voltou 3 dias depois!!!!!!!! O cara era Superstar mesmo...

E o que dizer de nosso amigo Che??? Um gurizão nascido em Rosario na Argentina, Classe Média (Burguês), que fez Medicina, tinha crises agudas de asma, e quando tinha seus 20 e poucos anos subiu numa moto com um amigo, e foi conhecer a América Latina. Nessa viagem ele caminhou pelo Deserto, parou numa vila de leprosos, cuidou das pessoas, e ainda ajudou Fidel a fazer a Revolução em Cuba, mudando o Sistema Econômico daquela ilha, e viajou para alguns lugares levando a Mensagem da Revolução (Boa Nova), onde as pessoas têm que ser iguais entre elas, e foi morto por causa desse ideal... Semelhante, não????

Pois bem, como um bom Gaúcho que valoriza sua Querência, lembro-me com muito carinho do meu amigo e Mi Compañero Che, conterrâneo dos pagos da Mesopotâmia Sul-Americana. Penso que assim como Jesus, Ernesto não morreu, pois a cada dia que passa mais e mais pessoas conhecem ele. O Cristianismo derrubou o Império Romano. O Socialismo derrubará o Império Estadunidense. A Teologia da Libertação será a salvação do Terceiro Planeta, e o Socialismo será a Nova Ordem Mundial. Viva Che, mi comandante, el Cristo Guerrero!!!!!!!

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

República dos Guaranis


Olá Caros Leitores,

Agora que passamos das festividades de Independencia, tanto o 07 de Setembro, quanto o 20 de Setembro aqui no Rio Grande do Sul, lembro-me de ver muitos conterrâneos, ou apaixonados pela História do RS, batendo no peito o orgulho de ser gaúcho, e é bonito de se ver. Porém quero lembrar você que está lendo sobre o caráter burguês do 20 de Setembro. Tinha toda uma carga de informação Iluminista, republicana, contra um Estado Monárquico. Por isso quero lhe fazer uma proposta, e resgatar alguns anos antes da Revolução Farroupilha, mais propriamente a Batalha do Caiboaté, no dia 09 de Fevereiro de 1756, onde falece o lendário Sepé Tiarajú. Dizem as más linguas burguesas que esse índio missioneiro nunca existiu. E se não tivesse existido mesmo? Que diferença faria? Parece que existe um medo de falar sobre heróis que contrariem a lógica branca da sociedade capitalista. Bento Gonçalves é exemplo de Independencia Política? Sim. Exemplo de Modelo Econômico? Não. Por isso convido você a estudar a origem do ideário que poderia ter sido a República Comunista Cristã dos Guaranis.

* Da Descoberta da América ao Achamento de um novo território

Todos aprendemos na Escola sobre Cristóvão Colombo, Pedro Alvares Cabral, e todos aqueles nomes de antigamente. Porém, quero convidá-lo a entrar nesse momento num computador, e olhar algum programa com fotos de satélite (Google Earth), e desfocalizar a lógica Lisboa/Madri, subir o mais alto possível, e navegar até o Mar del Plata, focalizar a cidade de Buenos Aires, e entrar Rio adentro. Não precisa ter medo, pois ali não existe mais um monte de índio e florestas fechadas. Existe toda uma cadeia industrial, e o Rio é a principal forma de escoar a maioria da produção. Aqui também tem poluição. Mas continuemos navegando pelos Rios Uruguai e Paraguai, a Mesopotâmia Sul-Americana. É engraçado, mas olhar que as fronteiras aqui hoje se dão principalmente por dois aspectos: Língua (Português/Espanhol) e interesses comerciais. Somente em 1991, com o Tratado de Assunção (MERCOSUL), se inverte a oposição entre as Nações, para um primeiro aspecto de Integração Regional Econômica. Mas ainda falta outro: a Integração Cultural. Para compreender melhor a origem dessa minha "viagem", precisamos desmembrar alguns aspectos:

1 - Político: Português e Espanhol (Raça Branca Européia)
2 - Ideológico: Franciscanos e Jesuítas (Igreja Católica)
3 - Econômico: Capitalismo Comercial Mercantilista (Grandes Navegações)

Estamos no ano de 1492, Espanha se unifica e descobre um novo território. Portugal por ser potência naquela época queria domínios no Novo Mundo. A Igreja então institui o Tratado de Tordesilhas. Se foi errado ou não, não sei. Mas o que chama atenção é que as principais entradas para o interior do continente ficaram para o lado espanhol. Enquanto a Espanha estava vislumbrada com o ouro do Caribe e do México, aquele território mais ao Sul somente tinha prata, então deixaram para que os padres cuidassem. Mal sabiam eles o que reservava para eles após 150 anos...

Esse período foi tão interessante que até hoje ninguém se preocupa com o Segundo Grande Contrato do Continente Americano: O Tratado de Madri de 1750. Ali se decreta o afastamento oficial da Companhia de Jesus na vida política do Novo Mundo. O resultado disso???? Dois grandes massacres (Genocídio) da Elite Branca Burguesa: A Batalha de Caiboaté, e a Guerra do Paraguai 100 anos depois. Compreender bem esse período É a Coluna Vertebral para uma possível integração Latinoamericana.

Esses dias olhei uma notícia que me chamou muita atenção: A crise imobiliaria Norte-Americana é mais grave do que se imaginara. O modelo capitalista está fragilizado novamente, a economia brasileira estável, os planos nacionais de desenvolvimento sociais acontecendo, a Venezuela se articulando com Cuba. Enfim, alguma coisa está acontecendo no Continente. Podemos estar vivendo um momento ímpar na História do continente, e a forma de vida daquelas Reduções da Mesopotâmia Sul-Americana podem nos dar um Norte, ainda mais que 2 Grandes Heróis são oriundos da Região: Sepé Tiarajú (São Miguel Arcanjo-RS) e Ernesto "Che" Guevara (Rosário-ARG). Sepé era o principal elo de ligação entre Espanha e os 7 Povos das Missões. Che é o grande nome da Contra-Cultura. E o mais interessante: entre 2001 a 2005, Porto Alegre sediou 4 vezes o principal evento Contra-corrente do Mundo: O FÓRUM SOCIAL MUNDIAL. Porto Alegre também é a Capital do Mercosul.

Possuímos um aspecto dual aqui no Rio Grande do Sul desde nossa fundação: Ou se é Espanhol, ou é Português; ou se é Republicano, ou se é Imperialista Brasileiro; ou é Maragato, ou é Pica-Pau; ou é Chimango, ou é Maragato; ou é Gremista, ou é Colorado; ou é PT, ou é Anti-PT. Se o Gaúcho Brasileiro, que fala português, deixar de pensar dualmente, e conjuntamente buscarmos nossa origem, poderemos ser referência histórica a nível mundial. Só para provocar: O Muro de Berlim caiu em 1989. Uma semente foi plantada no mesmo ano aqui na Prefeitura de Porto Alegre... Ou seja, algo estranho acontece aqui pelo Sul.......

sábado, 29 de setembro de 2007

Tropa da Elite Burguesa

Hj vi o tão falado filme Tropa de Elite, e a primeira coisa q me passou pela cabeça foi: Voltamos à Alemanha de 1933. A sociedade descontente, o sistema todo corrompido, porém todo mundo pensa unicamente no seu umbigo... principalmente uma ator em especial: O Cidadão de Bem. Sim, aquele mesmo q paga devidamente seus impostos, que ama as culturas do Irmão do Norte, que é o Fidalgo Lusitano, Classe Média, o Exemplo da Sociedade. Essa galera ultimamente vêm colocando seu ponto de vista nas ruas do Brasil. A Turma do Cansei. A Pequena-Burguesia, que é tão pequena que procura se assemelhar ao máximo a Alta Burguesia. Vamos viver pela primeira vez nesse país, de fato, uma Guerra Colossal, onde de um lado estará uma população insegura, com “consciência social”, porém com toda a sua comodidade em Condomínios Fechados, altamente seguros, para proteger seu patrimônio, e única e exclusivamente o “seu modo de vida”, e do outro aquele que nunca teve acesso a nada.
Nessa Guerra Sangrenta, Higienista, Homofóbica, Racista, viveremos tempos parecidos como aquele 1933 Alemão. Mas se formos mexer rapidamente nossos livros empoeirados, e pensar um pouco mais sobre a nossa História, da República Comunista Cristã dos Guaranis, veremos um fato parecido. De um lado aquele que mora na sua pequena e modesta casa do Morro (Reduções), tentando defender seu direito a sua propriedade (Art. 5ª da Constituição), e do outro a mentalidade individualista, consumista, tentando hoje se proteger do próprio monstro que criaram, no Tratado de Madri em 1750. Sim, estamos vivendo novamente o momento de reacomodação social. Estamos numa Luta de Classes, onde a Classe Média está tomando seu lado quanto Classe, mostrando sua cara Nazifascista, mostrando finalmente para que veio.
Parece maluco isso que disse, mas quero justamente mostrar para ti leitor, que agora de fato começou a Guerra aqui, no País do Futebol, no País da Miscigenação, onde todo mundo é igual perante a lei, mas alguns são mais iguais que outros. Agora a disputa é de fato: ou se é de Direita, com mentalidade conservadora individualista, ou se é de Esquerda, com mentalidade mais comunitária. Se ainda não se interessaram pelas Missões Jesuíticas aqui no Coração da América do Sul, agora é o tempo... Não temos mais tempo para pensar... Agora é estudar e agir, não impondo, mas educando, escutando o outro lado. Só a Política Participativa evitará nossa Hiroshima, nosso AI-5 de 2007.
Os Cavaleiros do Apocalipse estão chegando... Conheçam a Teologia da Libertação, conheçam as Reduções Guaraníticas, conheçam o Marxismo-Cristão... Voltem a sonhar e a terem utopias... Um Outro Mundo é Possível...


VIVA A CULTURA MISSIONEIRA!!!!!! VIVA O FORUM SOCIAL MUNDIAL!!!!!!!

terça-feira, 25 de setembro de 2007

O Gênio das Reduções Guaranis


Olá Caros Leitores!

Como coloquei anteriormente, vou começar a desenvolver mais sobre alguns aspectos da minha viagem, entre eles sobre um novo personagem na nossa história: o Pe. Antonio Sepp, SJ (1655-1733), o Gênio ds Reduções Guaranis, e possivelmente um dos maiores gênios da humanidade. Sem mais delongas, um "breve" histórico de seu trabalho:

- Fundador da Redução de S. João Batista, em 1697, e descritor bastante detalhado desta sua obra. Notemos que essa narrativa se apresenta única no gênero referente aos métodos usados pelos jesuítas, ao criarem e organizarem uma nova redução indígena;

- Pioneiro da Siderurgia do Ferro e do Aço no Sul do Brasil (Inscrição ao pé do monumento erigido em S. João Batista, sendo Prefeito de Santo Ângelo, RS, José Carlos Kist, dezembro de 1959). Observe-se que, na época dessa descoberta feita por Sepp, ou seja, nos últimos anos do Séc. XVII, em geral, e até mesmo na Europa, ainda não era costume distinguir assim esses metais;

- Criador ou alicerçador das bases econômicas e agrícolas que levaram as Reduções Guaranis a seu tempo de maior florescimento;

- Introdutor da vitivinicultura nas nossas Reduções, embora já se tivesse, em 1629 a 40, alguma experiência precursora disso em São Nicolau, junto ao Uruguai, e , além disso, o primeiro cultor sistemático de algodão, sendo que, em apenas três anos, chegou a plantar em São João Batista nada menos do que trezentos mil algodoeiros;

- Costrutor do primeiro órgão, em Encarnación de Itapúa, a favor de Reyes de Yapeyú, tratando-se de iniciativa pioneira para as Reduções Guaranis, e do primeiro órgão de pedal, como se quer para a América Espanhola e Missioneira, ou, mais de perto, na Redução de Nuestra Señora de Fé;

- Tradutor, para o alemão, de várias obras de nosso grande Pe. Antônio Vieira (1608-1697), do qual Sepp era verdadeiro admirador por sua retórica sacra, por seus escritos marianos e, sobretudo, por suas lutas a favor da liberdade dos índios.

Acredito q esse pequeno resumo possa clarear sobre a possibilidade de Pe. Antonio Sepp ser um dos maiores gênios de nossa História.

Imagem: Pe. Antonio Sepp mostra aos seus guaranis a imagem milagrosa de Altötting, segundo o detalhe de uma pintura do teto da igreja dos jesuítas em Dillingen, ano de 1751, feita pelo irmão Cr. T. Scheffler, SJ.

Fonte: Pe. Arthur RABUSKE, SJ - Pe. Antônio Sepp, SJ - O Gênio das Reduções Guaranis - Editora Unisinos, 2003.

domingo, 23 de setembro de 2007

Um pedacinho do céu na Terra - Parte II

"Religião

A religião foi a razão da fundação das reduções. Com a intenção de catequizar os índios, oferecendo ensinamentos diversos voltados à Cristianização e sobrevivência - como plantação, manejo de animais, arte e muito mais - os jesuítas vieram às Américas. Aqui criaram uma comunidade que conheceu a organização, o sentimento de união, o compromisso de aperfeiçoamento, a idéia de coletividade que tornava tudo comum e abundante, chegando mesmo a conquistar excedentes que eram vendidos em outras regiões da América e na Europa.

O local onde a utopia do Cristianismo virou realidade apresenta a emoção da fé em todos os espaços. E entre os passeios religiosos da região está o Circuito das Imagen Missioneiras, onde o visitante pode contemplar uma seleção de peças produzidas à época das reduções, dos mais diversos santos e, também, de variados materiais e linguagens artisticas.

Outro passeio fundamental para entnder a espiritualidade local é a visita ao Santuário de Caaró. Local que homenageia a morte dos santos missioneiros Roque Gonzáles, Afonso Rodrigues e João de Castilhos, ocorrida em 1628, este santuario recebe romarias e peregrinações onde milhares de pessoas, de todos os continentes, buscam a água reconhecida como milagrosa. Esta água foi responsável pela canonização dos três santos, que deu-se em 1985. Caaró fica no municipio de Caibaté, a 25 km do Patrimônio Cultural da Humanidade.

História

Conhecer a Região das Missões é uma verdadeira viagem no tempo. Andar por aqui faz reviver a saga dos jesuítas que, em 1609, atravessaram o Atlântico, rumo ao desconhecido, para conviver com os Guaranis dentro dos principios da fé cristã.

Pelo Tratado de Tordesilhas, em 1494, todas as terras da então chamada Provincia Jesuítica pertenciam à coroa espanhola. Lá conviveram 30 povos, por 160 anos, chegando a agrupar até 100 mil indígenas em torno de uma sociedade altamente desenvolvida nos mais variados aspectos - uma experiência única no mundo até então e, provavelmete até hoje.

Em 1750, porém, com o Tratado de Madri, as reduções passaram a pertencer à Portugal. Este fato desencadeou a Guerra Guaranitica, da qual emergiu o lendário guerreiro guarani Sepé Tiarajú com seu brado 'esta terra tem dono!'. Pela imensa diferença de armamento, os índios foram derrotados. O golpe final que levou o projeto ao extermínio, foi a expulsão dos jesuítas em 1768.

Hoje, o povo missioneiro é representado por uma mistura de raças, permitindo uma riqueza de aspectos em todas as manifestações culturais.

..."

Pelo avançado da hora, amanhã digitarei o resto do material, e um primeiro texto sobre a experiencia desse final de semana...

Um pedacinho do céu na Terra

Boa Noite meus caros leitores...

Estou chegando agora de viagem. Estive o feriado inteiro em Santa Rosa, e aproveitei para conhecer de fato a belíssima Região das Missões, aqui no Rio Grande do Sul. De fato, é lindo aqueles pagos.

Conheci algumas cidades, que irei descrever a experiência como foi nos próximos dias, assim que fazer o download das fotos que tirei. Conheci Guarani das Missões, Santa Rosa, Santo Ângelo, São Miguel das Missões e Caibaté. Cada lugar tem um astral e um ar de espiritualidade ímpar. Conhecer a região é conhecer de fato as origens não só do Rio Grande, mas de toda a América Latina.

Vou reproduzir agora os textos que estão no Folder que entitula essa postagem, para vcs terem uma idéia do que escreverei nos próximos dias...

"Um Pedacinho do Céu na Terra

Reconhecia por Voltaire e Montesquieu, filósofos do Iluminismo, como a realização da utopia do Cristianismo - A Terra sem Males. As Missões são um lugar de visita fundamental a quem pretende entender as raízes do sul do país e da América Latina e apresenta aos seus visitantes diversos patrimônios culturais da humanidade e descortina o cenário de 160 anos de história, onde Jesuítas e Guaranis realizaram os ideais do Cristianismo na prática. Andar pelos caminhos que uniam a antiga provincia jesuítica do Paraguai, hoje distribuidos nas fornteiras do Mercosul, é sentir a energia presente que mana de cada um desses atrativos.

Localização

A Rota Missões está localizada no sul do Brasil, no Estado do RS, fazendo fronteira com a Argentina por meio do Rio Uruguai. Ela é composta pelos municipios: Bossoroca, Caibaté, Cerro Largo, Dezesseis de Novembro, Entre-Ijuis, Eugênio de Castro, Giruá, Guarani das Missões, Itacurubi, Mato Queimado, Pirapó, Porto Xavier, Rolador, Roque Gonzalez, Salvador das Missões, Santo Ângelo, Santo Antônio das Missões, São Borja, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões, São Paulo das Missões, São Pedro de Butiá, Sete de Setembro, Vitória as Missões e Ubiretema.

..."

continuarei em outro tópico para não ficar longo

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Estatuto da Juventude... Continuação

TÍTULO II

Dos Direitos Fundamentais


CAPÍTULO I

DO DIREITO À VIDA

Art. 8o A juventude é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social, nos termos desta lei e da legislação vigente.

Art. 9o É obrigação do Estado garantir à pessoa jovem a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam uma existência livre, saudável e em condições de dignidade.


CAPÍTULO II

Do Direito à Cidadania e à Participação Social e Política

Art. 10. É garantida ao jovem a participação na elaboração de políticas públicas para juventude, cabendo ao Estado e à sociedade em geral estimularem o protagonismo juvenil.

Parágrafo único. Entende-se por protagonismo juvenil:

I – a participação do jovem em ações que contemplem a procura pelo bem comum nos estabelecimentos de ensino e na sociedade;

II – a concepção do jovem como pessoa ativa, livre e responsável;

III – a percepção do jovem como pessoa capaz de ocupar uma posição central nos processos político e social;

IV – a ação, a interlocução e o posicionamento do jovem com respeito ao conhecimento e sua aquisição responsável e necessária à sua formação e crescimento como cidadão;

V – o estímulo à participação ativa dos jovens em benefício próprio, de suas comunidades, cidades, regiões e País;

VI – a participação dos jovens nos temas nacionais e estruturais.

Art. 11. A participação do jovem na tomada de decisões políticas concernentes à juventude será, sempre que possível, de forma direita de acordo com a lei.


CAPÍTULO III

Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade

Art. 12. O Estado e a sociedade são obrigados a assegurar ao jovem a liberdade, o respeito e a dignidade como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis.

§ 1o O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes aspectos:

I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;

II – opinião e expressão;

III – crença e culto religioso;

IV – participação na vida familiar e comunitária;

V – participação na vida política, na forma da lei;

VI – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação;

VII – valorização da cultura da paz;

VIII – livre criação e expressão artística;

IX – formular objeção de consciência frente ao serviço militar obrigatório nos termos da Constituição Federal.

§ 2o O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, de valores, idéias e crenças, dos espaços e dos objetos pessoais.

§ 3o É dever de todos zelar pela dignidade do jovem, colocando-o a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

§ 4º Nos conteúdos curriculares dos diversos níveis de ensino formal serão inseridos temas relativos à juventude, ao respeito e à valorização do jovem, de forma a eliminar o preconceito e a produzir conhecimento sobre a matéria.

Art. 13. O Direito à dignidade assegura que o jovem não será discriminado:

I – por sua raça, cor, origem, e por pertencer a uma minoria nacional, étnica ou cultural;

II – por seu sexo, orientação sexual, língua ou religião;

III – por suas opiniões, condição social, aptidões físicas e por seus recursos econômicos.

Postarei os outros artigos na sequência....

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Estatuto da Juventude - Projeto de Lei nº 27 de 2007 - Câmara Federal

PROJETO DE LEI Nº 4530, DE 2004

(Da Comissão Especial Destinada a Acompanhar e Estudar Propostas de Políticas Públicas para a Juventude)

Dispõe sobre o Estatuto da Juventude e dá outras providências.

O Congresso Nacional decreta:

TITULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta lei institui o Estatuto da Juventude destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade entre quinze e vinte e nove anos, sem prejuízo do disposto na Lei nº 8.069, de 12 de julho de 1990 e dos demais diplomas legais pertinentes.

Art. 2º Os jovens gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo dos relacionados nesta lei, assegurando-se-lhes, por lei ou outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para a preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social, em condições de liberdade e dignidade.

Art. 3º A família, a comunidade, a sociedade e o Poder Público estão obrigados a assegurar aos jovens a efetivação do direito:

I – à vida;
II – à cidadania e à participação social e política;
III – à liberdade, ao respeito e à dignidade;
IV – à igualdade racial e de gênero;
V – à saúde e à sexualidade;
VI – à educação;
VII – à representação juvenil;
VIII – à cultura;
IX - ao desporto e ao lazer;
X – à profissionalização, ao trabalho e à renda; e
XI – ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.

Parágrafo único. A obrigação de que trata o caput deste artigo compreende:

I – atendimento individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população visando ao gozo de direitos simultaneamente nos campos educacional, político, econômico, social, cultural e ambiental;
II – participação na formulação, na proposição e na avaliação de políticas sociais públicas específicas;
III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção ao jovem;
IV – atendimento educacional visando ao pleno desenvolvimento físico e mental do jovem e seu preparo para o exercício da cidadania;
V – formação profissional progressiva e contínua objetivando à formação integral, capaz de garantir ao jovem sua inserção no mundo do trabalho;
VI – viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do jovem com as demais gerações;
VII – divulgação e aplicação da legislação antidiscriminatória, assim como a revogação de normas discriminatórias na legislação infraconstitucional;
VIII – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de hebiatria e na prestação de serviços aos jovens;
IX – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais da juventude;
X – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social locais.

Art. 4o O jovem não será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei.

§ 1o É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do jovem.

§ 2o As obrigações previstas nesta lei não excluem da prevenção outras decorrentes dos princípios por ela adotados.

Art. 5o A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade da pessoa física ou jurídica nos termos da lei.

Art. 6o Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente qualquer forma de violação a esta lei que tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento.

Art. 7o Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais de Juventude previstos em lei zelarão pelo cumprimento dos direitos do jovem, definidos nesta lei.

Estatuto da Juventude - Projeto de Lei nº 27 de 2007 - Câmara Federal

PROJETO DE LEI Nº 4530, DE 2004

(Da Comissão Especial Destinada a Acompanhar e Estudar Propostas de Políticas Públicas para a Juventude)

Dispõe sobre o Estatuto da Juventude e dá outras providências.

O Congresso Nacional decreta:

TITULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta lei institui o Estatuto da Juventude destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade entre quinze e vinte e nove (15 a 29) anos, sem prejuízo do disposto na Lei nº 8.069, de 12 de julho de 1990 e dos demais diplomas legais pertinentes.

Art. 2º Os jovens gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo dos relacionados nesta lei, assegurando-se-lhes, por lei ou outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para a preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social, em condições de liberdade e dignidade.

Art. 3º A família, a comunidade, a sociedade e o Poder Público estão obrigados a assegurar aos jovens a efetivação do direito:

I – à vida;
II – à cidadania e à participação social e política;
III – à liberdade, ao respeito e à dignidade;
IV – à igualdade racial e de gênero;
V – à saúde e à sexualidade;
VI – à educação;
VII – à representação juvenil;
VIII – à cultura;
IX - ao desporto e ao lazer;
X – à profissionalização, ao trabalho e à renda; e
XI – ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.

Parágrafo único. A obrigação de que trata o caput deste artigo compreende:

I – atendimento individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população visando ao gozo de direitos simultaneamente nos campos educacional, político, econômico, social, cultural e ambiental;
II – participação na formulação, na proposição e na avaliação de políticas sociais públicas específicas;
III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção ao jovem;
IV – atendimento educacional visando ao pleno desenvolvimento físico e mental do jovem e seu preparo para o exercício da cidadania;
V – formação profissional progressiva e contínua objetivando à formação integral, capaz de garantir ao jovem sua inserção no mundo do trabalho;
VI – viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do jovem com as demais gerações;
VII – divulgação e aplicação da legislação antidiscriminatória, assim como a revogação de normas discriminatórias na legislação infraconstitucional;
VIII – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de hebiatria e na prestação de serviços aos jovens;
IX – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais da juventude;
X – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social locais.

Art. 4o O jovem não será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei.

§ 1o É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do jovem.

§ 2o As obrigações previstas nesta lei não excluem da prevenção outras decorrentes dos princípios por ela adotados.

Art. 5o A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade da pessoa física ou jurídica nos termos da lei.

Art. 6o Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente qualquer forma de violação a esta lei que tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento.

Art. 7o Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais de Juventude previstos em lei zelarão pelo cumprimento dos direitos do jovem, definidos nesta lei.

Ano 06 D.WTC


Peço Desculpas aos meus caríssimos pelo relapso de não ter mais postado nos últimos tempos... Mas sabe como é, vida de universitário é foda, ainda mais no meio de Semestre. Mas também não é justificativa de ter me ausentado. Por isso, nada melhor recomeçar o dia saudando o aniversário de uma Nova Era. 11 de Setembro de 2001 foi o marco de uma transição de paradigmas históricos... Então Bem-vindos ao ano 06 depois da queda de World Trade Center (D. WTC)!!!!!

Por coincidência do acaso, estou estudando bastante sobre a Fundação da Aldeia Nossa Senhora dos Anjos, atualmente Gravataí. É oficialmente o primeiro assentamento da Coroa Portuguesa em Território Brasileiro (Tratado de Madri). Os guaranís-missioneiros foram transferidos logo após a Batalha no qual falece Sepé Tiarajú.

A Coroa Portuguesa encarregou José Marcelino de Figueiredo para primeiro Governador da Capitania. Entre outros fatos, ele encarregou-se de fundar a Aldeia Nossa Senhora dos Anjos, tranformando os Cidadãos Espanhois Missioneiros em Cidadãos Lusitanos. Durante seu governo até que algumas coisas interessantes aconteceram. Porém, após a troca do Governo da Capitania e com a chegada dos colonos açorianos, esse aldeamento acabou sendo desmembrado pelos próprios missioneiros quando pressionados pelos colonos a abandonarem seu território, voltando a lógica da migração entre os Guaranis que não foram aculturados nas Missões. Para esclarecimento, o termo aculturado significa para a Antropologia "tranformação de cultura" que pode se dar em vários aspectos, entre eles a força, ou a coação pela catequização. Falando em aculturamento, em outro texto falarei sobre o Estatuto da Juventude, que no momento está em apreciação no Congresso, onde compreende que Juventude é um seguimento da sociedade na faixa etária dos 15 aos 29 anos. Esse Estatuto apresenta todos os Direitos do Cidadão Jovem e dos Deveres do Poder Público. Quem quiser conferir, taí o link.

http://www.reginaldolopes.com.br/include/noticias/estatuto/integra.asp

Buenas, na Batalha de Caiboaté perdemos uma batalha. A Guerra continua, ainda mais agora após a queda do maior templo da Sociedade Burguesa Capitalista Financeira (World Trade Center). Vivemos uma nova era, e quem sabe os ideiais da Sociedade Guarani Missioneiras sejam lembradas um dia pela sociedade.

A História desta Nova Era esta recém começando...

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Casamentos MUITO BEM Arranjados


Aprofundando um pouco mais minhas pesquisas sobre as Guerras Guaraníticas, acabei descobrindo alguns fatos MUITO interessantes. Entre eles, os respectivos casamentos entre Fernando VI com Maria Bárbara de Bragança, e de D. José I com Maria Vitória de Bourbon em meados do Séc XVIII. Mas o que isso tem de relevante sobre nossa República "Comunista" dos Guaranis??? Veremos a seguir.

No final dos anos 40 do Séc XVIII, com o advento da Revolução Indústrial no Velho Mundo, as Monarquias Absolutistas começam a entrar em crise. A Burguesia já aliada aos Governos Monárquicos começam a mostrar sua intensa vontade de assumirem o Poder Político. O Pensamento Iluminista já é algo comum nas Metrópoles e nas Colônias. O mundo está muito próximo à grande mudança que terá como estopim a Queda da Bastilha no dia 14 de julho de 1789. E lógico que esse espéctro também ronda a Península Ibérica.

Após 200 anos de inimizades, Luso-Brasileiros e Hispano-Americanos percebem que possuem um inimigo em comum: As Missões Jesuíticas na Bacia do Prata. Território fronteiriço, onde se desenvolviam sociedades que se afastavam da lógica colonial ibérica, com alto consenso de solidariedade e organicidade. Em poucos anos, aqueles malditos Jesuítas conseguiriam criar uma Estado próprio, sendo uma "grande pedra no sapato" nos interesses das metrópoles. E para evitar esta insolência algo deveria ser feito.

Uma primeira "bandeira branca" foi levantada pela Coroa Espanhola: o herdeiro do trono hispânico, Fernando VI, casa-se com Maria Bárbara de Bragança, filha de D. João V de Portugal. Após a morte do absolutista lusitano em setembro de 1750, seu filho D. José I desposa a irmã de Fernando VI, Maria Vitória. Os Bourbon da Espanha e os Bragança de Portugal selaram acordo não só fronteiriço, como também selaram um belo acordo pelo parentesco. A Península Ibérica voltara a ser una pelas famílias. Essa união foi o início do fim da sociedade mais bem estruturada do Novo Mundo...

Então, as Coroas expulsam os Jesuítas do continente, tranformando-os em verdadeiros crápulas perante o Velho Mundo. A Companhia cai em descrédito junto a Igreja Católica. Um de seus principais algozes foi Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782), Conde de Oeiras, condecorado como 1º Marquês de Pombal em 1755. Vale avisar aos desavisados que Marquês de Pombal é o nome dado ao Primeiro-Ministro em Portugal. Nesse momento, a Terra de Camões ganha seu primeiro Déspota Esclarecido, promovendo assim um grande desenvolvimento econômico àquela metrópole.

Após fazerem as pazes, as Coroas começam a formular a estratégia para avançar dentro do continente, afim de terminar com aquela heresia nos afluentes do Prata. Um primeiro encontro ocorre em agosto de 1752 em Castilhos Grandes, no litoral uruguaio. Após uma festa cheia de pomposidades e trocas de muitos presentes em ouro, começa o planejamento da Grande Expedição demarcatória das novas fronteiras. Ocorre a troca da Colônia de Sacramento pelos 7 povos, e o resto vocês já sabem...

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Quanto pela Ideologia $$$$$???


Hoje em dia vemos uma quantidade enorme de Igrejas na sociedade. Todos pregando de alguma forma a "Boa Nova". Parece que a cada dia surge uma nova forma de adorar a Deus. Já notaram a quantidade de Igrejas que existem? Igrejas Católicas, Protestantes, Anglicanas, Luteranas, e as mais bacanas do momento: Igreja Universal do Reino de Deus, Assembléia de Deus, Deus é Amor, Igreja Quadrangular de sei lá o que, Igreja Eclesiástica do Sétimo Dígito, Igreja dos Santos dos Últimos Dias, Igreja Financeirial do Lucro Divino, etc, etc, etc. Porém poucas pessoas questionam a origem delas. Para não fazer uma Bíblia sobre todas elas, irei voltar alguns séculos atrás, mais especificamente entre os Séc. XVI e XVII.

O mundo europeu começava a modificar suas relações de Estado. Alguns feudos já haviam se unificado em Estado-Nação (Portugal e Espanha), e outros estavam em processo de unificação. Um dos principais objetivos da formação desses Estado-Nação era a diminuição das taxas alfandegárias para transitar entre os antigos feudos. Se existem menos fronteiras, os comerciants pagam menos impostos. Vale lembrar que os comerciantes daquela época foram os precursores do renascimento comercial dos Burgos (cidades). Após viajarem por muitos lugares, esses comerciantes traziam consigo o que se possa imaginar dos lugares distantes. Como não tinham vinculação com nenhum Estado-Nação, a riqueza comercializada ficava nas mãos deles. E aí entra uma das grandes questões daquela época: a Usura (lucro) ser pecado ou não.

A Igreja Católica era a grande "cabeça ideológica" dos primeiros Estado-Nação. Todas as riquezas eram centralizadas nas mãos da Madre Igreja. Quando Portugal e Espanha se unificaram, a Igreja manteve a centralização, porém permitia que esses Estados também acumulassem as riquezas. Em relação a riquezas, vemos que um dos cúmulos daquela época foi a questão de pagamento das indulgências (perdão ao cristão das penas temporais devidas a Deus pels pecados cometidos na vida terrena), onde o pecador rico fica quite com Deus. Lógico que isso era (e ainda é) um grande absurdo, pois quem é pobre fica sob pecado, e o rico é absolvido "perante Deus".

Martinho Lutero foi o primeiro a questionar esse tipo de coisa em suas 95 teses sobre a indulgência. Claro que a Igreja Católica não gostou, e o excomungou. Nesse momento da história (1517 mais ou menos) havia a necessidade de uma mudança da lógica da Igreja Católica. Ela havia se esquecido das bases do Cristianismo, coisa que Lutero veio a resgatá-la. Esse movimento é chamado de REFORMA. Porém, a nova Igreja fundada por Lutero (e as outras que vieram a seguir a linha de rompimento), chegou como um "novo produto" para a burguesia crescente. A questão da usura (lucro) não se torna mais pecado segundo Lutero. Então, se sou rico e se não sou nobre, Lutero "caiu como uma luva para mim". E assim surge o protestantismo. Conforme vai passando o tempo, o protestantismo vai se desmembrando, e surgem o Calvinismo, o Anglicanismo, e os Pentecostais mais recentemente.

Como resposta a esse movimento protestante, surge na pessoa de Inácio de Loyola uma nova organização religiosa dentro da Igreja Católica: A Companhia de Jesus. Ela surge com o objetivo de resgatar os valores cristãos originais da Igreja Católica. As questões das indulgências foram tratadas como práticas que levam ao perdão das faltas cometidas para com Deus, e não mais pagamentos de grandes quantias para a Igreja. A Companhia teve como principais apoiadores na época a Coroa Portuguesa e a Coroa Espanhola, e, é claro, da própria Igreja Católica que queria recuperar seus valores originais também. Essa movimentação da própria Igreja é chamada de CONTRA-REFORMA. Para a Companhia, as formas que se poderia levar ao perdão das indulgências são entre outras: a reza do Rosário, os Exercícios Espirituais (de Santo Inácio de Loyola), a leitura piedosa das Sagradas Escrituras, bem como o uso de objetos devidamente benzidos pelo Sumo Pontífice ou por um Bispo. A prática cotidiana do cristianismo é que iria colocar o ser humano mais próximo a Deus.

Uma das formas de apoio das Coroas em relação a Companhia foi seu envio às Colônias, principalmente as do Novo Mundo. Do lado português, os Jesuítas (como são chamados os padres da Cia.) fundaram diversos colégios, entre eles o Colégio de São Paulo (parece q esse não cresceu muito não). E pelo lado espanhol, eles fundaram as Reduções Jesuíticas. Alguns anos mais tarde (150 anos mais ou menos), a Companhia não serviria mais aos interesses das Coroas Portuguesa e Espanhola, sendo expulsa de suas respectivas colônias. Mas isso é um outro capítulo de nossa história...

E quanto as outras Igrejas, bem, basta olhar a TV Record para se ter uma pequena idéia de como funciona. Quem doaria R$100,00 para receber as graças de Deus?????

terça-feira, 7 de agosto de 2007

CO YVY OGUERECO YARA!!!!!!!


"Esta Tem dono!!!"

Essa é a tradução da frase que dá titulo a esse texto. Mas quem exclamou esse grito? Quando foi dita essa frase? Bem, vamos revirar alguns livros empoeirados, e conhecer o primeiro grande herói do Rio Grande do Sul: Sepé Tiarajú.


Sepé Tiarajú era um índio órfão de pai e de mãe, que nasceu na redução de São Luiz Gonzaga, em ano desconhecido, porém se estima q tenha sido entre 1720 e 1730, já que era um jovem guerreiro quando faleceu em 07 de fevereiro de 1756. Ainda criança foi adotado por um Padre Jesuíta, e foi morar na redução de São Miguel Arcanjo. As reduções eram cidades prósperas no coração da América do Sul, organizadas e administradas por padres e índios. Viviam em cada redução cerca de 6 a 10 mil habitantes guaranis. Pode-se dizer que essas reduções eram sociedades quase utópicas. Mas sobre as reduções falarei melhor em outro momento.


Nessa época a América estava sob domínio da Espanha e de Portugal, e após inúmeras negociações entre as coroas, foi decidido que a Colonia de Sacramento (atualmente no sul do Uruguai) pertencieria a Espanha, e em troca Portugal ganharia o território equivalente aos 7 povos jesuíticos que viviam a leste do rio Uruguai. Essa negociação teve um nome: Tratado dos Limites, também conhecido como Tratado de Madri, assinado em 13 de janeiro de 1750. Vale lembrar que o total de reduções (povos) jesuítas formavam o total de 33 cidades nos afluentes dos rios que formam a Bacia do Prata.


Após efetuado esse Tratado, o jovem guerreiro que era o Alferes Real e Corregedor do Povo de São Miguel, se negou a deixar seu povo sair das reduções. Os portugueses exigiam que os indigenas saissem de suas terras, e atravessassem o Rio Uruguai para o lado espanhol afim de poder conquistar e colonizar a fronteira. Quando foi preso pelos lusitanos, exigiram que Sepé beijasse a mão do general português. O Guerreiro se negou a beijar-lhe a mão dizendo: "Ninguém me obrigará a beijar a mão de outro homem. Depois, sou eu o dono desta terra que tentam tomar." O general riu dizendo que ele era apenas um pobre bárbaro. Com mais raiva ainda, Sepé disse: "Bárbaro? Tu és que pretendes arrancar a terra de seu dono e eu luto em defesa do meu povo. Quem afinal é o bárbaro aqui?". O general tentando mudar de tática, fingiu amizade junto a ele, e tentou descobrir o lcoal onde eles escondiam os cavalos. Sépé se calou, e habilmente conseguiu fugir da prisão portuguesa.


De volta a São Miguel, o povo vibrou de alegria com o retorno de seu líder. Ele contou os planos dos portugueses, e decidiram não entregar as terras sem lutar. Afinal, "essa terra tem dono." Quando houve a invasão dos portugueses, os índios defenderam bravamente seu território, porém numa briga entre a pólvora do exército lusitano contra os arcos e flechas dos indígenas, obviamente os nativos perderam, e feio. Na batalha de Caiboaté Sepé Tiarajú foi morto. Quando levou o primeiro tiro, ele conseguiu se segurar no pescoço de seu cavalo, porém foi perdendo suas forças e caiu por terra. O soldado que perseguia ele chegou perto do corpo quase desfalecido, e dá o último tiro. Sepé está morto. Junto a ele, 2500 guerreiros missioneiros morrem nessa batalha.


Pode-se afirmar que Sepé Tiarajú foi o primeiro grande herói do Rio Grande, e o primeiro a bradar amor junto à sua terra. Das missões restam apenas as ruínas tombadas pela Unesco, porém no ideário do povo riograndense Sepé ainda vive. Elevado pela população a grau de Santidade, ficou conhecido como São Sepé. Diversas lendas gaúchas contam suas histórias e proezas. Hoje na entrada da cidade de São Miguel Arcanjo existe um arco com sua estátua, e abaixo a frase: "Co yvy oguereco yara". Uma homenagem ao guerreiro que lutou até a morte junto com seu povo para defender sua terra, seu lar.





ESSA TERRA TEM DONO!!!!!!!!!!!

sábado, 4 de agosto de 2007

Sistema justo?


Encontrei na internet essa imagem, e resolvi filosofar em cima dela... Como funciona a estrutura do Sistema Capitalista?

No topo da piramide encontramos o dinheiro. O objetivo principal do Sistema é a obtenção de lucro. Então tudo aquilo que alguém for produzir deve ter por objetivo principal o lucro, independente da forma como foi obtido. A ideologia maior é o dinheiro... Não existe mais a figura de Deus como algo superior, e sim a grana, a bufunfa, o money, la plata, ou a forma como queira chamar.

Logo abaixo vemos os detentores da grana. Quem é dono da riqueza produzida. No desenho vemos as pessoas q detêm o poder. Seja um Monarca, um Latifundiário, um Industriário, ou um Banqueiro. Eles que detêm a tão querida bufunfa acumulada.

Para justificar essa parte da pirâmide, encontramos sacerdotes. Mas por que sacerdotes? Eles são justamente que regulamentam a sociedade. Pode ser um deputado tradicional, um Juiz de Direito, um padre, um pastor, ou a própria mídia. Eles que cumprem o papel de alienar a população, para que não se revoltem com a lógica do Sistema. Eles que formulam as Leis que a população deve seguir.

Abaixo deles encontramos as Forças Armadas, o aparato oficial do Sistema para que defenda a estrutura. São eles que são mandados pelos que estão mais ao topo da pirâmide para atacar quem quer que seja caso o Sistema se sinta ameaçado. Quem imaginou que as forçsa armadas fossem para proteger a nação, desculpe pela desilusão.

Usufruindo e aproveitando as regalias do Sistema encontramos a Classe Média, a fatia da sociedade mais podre. São os que afirmam que o Sistema é bom, são os que pensam que sabem de alguma coisa. Encontramos nessa fatia o típico "Cidadão de Bem", que paga seus impostos devidamente para que o Estado possa garantir sua pancinha cheia. Normalmente é nessa fatia da sociedade que encontramos as piores manifestações de racismo, homofobismo, xenofobismo, machismo, e toda e qualquer forma de discriminação social. São os que ficam chocados com as Tsunamis na Ásia, com as guerras no outro lado do mundo, ligam para o Criança Esperança, e são os que afirmam que negros, pobres, gays, e mulheres são seres inferiores na sociedade. São os que VIVEM no Sistema.

Na base da piramide, compondo 80% da sociedade, encontramos o famoso proletariado. Essa grande fatia da sociedade são operários, camponeses, e qualquer tipo de trabalhador que é obrigado a vender sua força de trabalho por migalhas no final do mês. São os que SOBREVIVEM da forma que dá no Sistema. Aqui encontramos os habitantes da periferia, que acordam as 04 da manhã para chegarem as 07:30 em seu trabalho. Aqui encontramos o assalariado, que recebe o suficiente para sobreviver. Aqui encontramos os que sustentam o Sistema. Eles que trabalham para que a pirâmide fique de pé. São os que produzem para que a Classe Média possa consumir, são os que apanham das Forças Armadas quando fazem greve, são os que são iludidos pelos sacerdotes, são os que vivem e morrem para os que detêm o Sistema, são os que nem enchergam o Capital acumulado...

E tem gente com coragem de dizer que isso é justo...

Interessante como são as coisas

Tenho uma amiga minha que atualmente está estudando Medicina em Cuba. Ela lendo o meu blog, me comentou como é a relação de prepotencia do Brasileiro e do Argentino em relação ao povo paraguaio, mesmo eles nos adorando. Fico me perguntando: Como podemos, nós brasileiros, sermos tão mesquinhos em relação aos nossos vizinhos????

Ela estava me contando que ela mora junto com duas meninas paraguaias, e que as meninas disseram a ela que o povo paraguaio morre de amores pelo Brasil, mesmo depois da Guerra do Paraguai. Nossa dívida para com aquele povo acredito que não tenha valor que possa saldar...

Mas o que mais me chamou a atenção nessa conversa com essa amiga foi o que ocorreu durante a Copa Améica agora em 2007. Ela me dizendo que ocorreu discussões feias dentro da Casa dos Estudantes em relação as nacionalidades. Até aí, nada de novo. O que me chamou a atenção foi que lá estava todo mundo acompanhando de perto a Copa América, vendo todos os detalhes, enquanto que aqui no Brasil a Copa América (maior evento futebolistico do continente) foi tratado como algo secundário pelos grandes meios. O Brasil, reconhecido globalmente como o País do Futebol, não deu a mínima importância para o evento, somente porquê estava sediado na Venezuela. E o mais interessante: a mídia divulgou muito pouco sobre a sociedade venezuelana, seus costumes, etc (normalmente a mídia aproveita os eventos esportivos para "ensinar" o povo sobre aquele país). O que era passado mais nos meios de comunicação sobre a Venezuela era o Fim da concessão da RCTV, e não sua população... é lastimavel.

Por falar em mídias, dia 05 de outubro termina a concessão da Rede Globo junto ao Governo Federal. Será que não seria interessante debatermos isso na nossa sociedade?

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Algumas erratas

* O Paraguai foi o primeiro país a pedir sua independencia em 15 de maio de 1811;
* Francia era descendente de pai português e mãe descendente espanhola;
* Seu sucessor foi Carlos Antonio Lopez, pai de Francisco Solano Lopez;


Conforme irei revisando, irei colocando as erratas, para assim melhor construir esse esboço

Esboço da História da Guerra do Paraguai

Começo esse artigo buscando alguns fatos da História do Continente, mais propriamente sobre o conflito mais sangrento que ja fora visto por esses pagos. Se trata da Guerra do Paraguai, entre 1865 e 1870, onde 99,5% da população masculina e mais de 50% da população feminina foram disimados, acabando com a principal potencia econômica Sul-Americana daquela época, e tratado como ato heróico e de bravura dos Brasileiros, Argentinos e Uruguaios. Para os desavisados, a razão do Paraguai ser potência nasce em 1609 no interior do Continente, entrando através do Mar del Plata. Mas isso tratarei em outro momento.

Em 1810 Paraguai consegue sua independencia em relação a Coroa Espanhola. Um dos maiores idealizadores da independencia fora Dr. Francia, um descendente guarani, e conseguiu integrar algumas sociedades q tinham sido desmembradas e outras que faziam resistencia para permanecer com sua forma de viver. Eram as antigas Reduções Jesuíticas, e tinham um modo extremamente coletivista de se organizar em perimetros urbanos. Essa é uma parte da história que os livros não divulgam infelizmente.

Após sua independencia, na presidencia desse novo país assume Francisco Lopez, e após sua morte seu filho Solano Lopez, tendo como base a organização socialista na prática. A industrialização do Paraguai era algo impressionante, mas tão impressionante q incomodava os interesses da então potente Inglaterra. Se vcs se recordarem dos seus livros de história do ensino médio, vão recordar que a Inglaterra era os EUA do Séc XIX, devido suas Revoluções Industriais, e Revoluções Burguesas que ocorrera entre os Séc XVII e XIX.

Agora imaginem a seguinte questão: Vc é um país independente e forte no coração do Sul do Novo Mundo, descendente de um povo local, organizados a partir de pensamentos cristãos primitivos, sendo ridicularizados e taxados pela sociedade eurocentrista da época, e ainda tendo q recuperar esse ideário social nas cidades que foram desmembradas em 1768 nas Guerras Guaraniticas. Mas como ja comentei anteriormente, isso irei dissertar melhor em outro momento.

Se vcs olharem o mapa do continente Sul Americano irão ver que entrando na bacia do Prata encontrarão dois grandes rios que entram no continente: o Rio Uruguai e o Rio Paraguai. As sociedades que o Paraguai queria recuperar eram justamente as reduções que tinham sido organizadas durante mais de 150 anos, que tinham como base social a horizontalidade e a coletividade. Os Jesuítas foram expulsos do território, pois Marquês de Pombal já percebera que em questão de 20 a 30 anos aquela sociedade poderia se unificar, e formar uma possivel Federação. Não é de graça que todos os documentos e livros de história descreditam totalmente dos Jesuítas. Imaginem o tamanho do território que deveria ser resgatado... Compreende hoje aos seguinte espaços atualmente: Oeste da Argentina até Buenos Aires, todo o Uruguai, todo o Estado do Rio Grande do Sul, parte do Estados de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. Grande, não????? Alguma vez já pararam para pensar o porquê dos tantos Tratados que ocorreram depois de Tordesilhas? Tratado de Santo Ildefonso e Tratado de Madri, e as guerras travadas para garantir esses territórios?

Buenas, voltando ao assunto, houve a necessidade de reconquistar e recuperar esses territórios. Foi então que em plena metade do Séc XIX, o Brasil, a Argentina e o Uruguai resolveram se unificar numa Aliança, e financiados pela Inglaterra DEVASTARAM toda uma população... Em 1870, quando Solano Lopez foi morto, na frente de batalha vc encontrava meninos de 12, 13, 14 anos lutando para garantir seu país... Não existia mais nenhum homem vivo acima de 14 anos...

Continua...

terça-feira, 31 de julho de 2007

A Identidade Canarinho

Quando se fala em nacionalismo, a primeira coisa que passa pela cabeça é a imagem de várias pessoas cantando o hino nacional de seu país em frente a sua bandeira, ou então uma hiper-valorização de um indivíduo a respeito de sua terra natal. Mas o que dizer do nacionalismo de uma terra onde as pessoas aprendem desde cedo a admirar mais as qualidades de outros povos do que as suas? E ainda, como criar uma identidade coesa em um país com tamanho continental? Pois bem, compreender o nacionalismo brasileiro obrigatoriamente passa por esses quetionamentos. Analisar o sentimento de nacionalidade e "brasilidade" talvez seja uma das tarefas mais desafiadoras para qualquer antropólogo que se interesse pelo tema.

É interessante ver que a cada 4 anos, o Brasil sofre uma forte onda patriótica. O país inteiro vestindo a camisa amarela da seleção brasileira, e torcendo pelos seus 11 guerreiros que encantam os olhos do mundo nos estádios onde ocorrem as Copas do Mundo. Nesse momento o país do futebol vibra, torce e chora, canta o hino nacional com uma emoção patriótica de dar inveja a qualquer pessoa, pois se vê uma genuína demonstração de amor por sua terra. Pena que é somente de quatro em quatro anos que vemos ese fervor patriótico. A realidade é bem diferente no dia-a-dia do lado debaixo do Equador.

Desde seu achamento pelos portugueses, o Brasil tem sido uma terra onde o objetivo principal de seus desbravadores foi pegar as riquezas, e voltar o mais rápido possível para a sua terra natal. Um dos fatores para essa idéia passar pela cabeça dos colonizadores era o fato de Portugal ter se tornado o primeiro Estado-Nação da Europa, no Séc. XII, sendo a principal potência mundial entre os Séc XIII e XVII. Em outras palavras, Lisboa era a Roma do mundo renascentista. Qualquer cidadão lusitano, pobre ou rico, jamais imaginaria passar a vida em outro lugar senão em Portugal.

Se analisarmos com atenção o que e passava ao lado da terra de Camões, vemos um outro Estado-Nação começando a surgir: a Espanha. A unificação espanhola ocorreu em 1492, e no contexto econômico, tinha que conseguir uma expansão ultramarina urgente, pois Portugal já possuía suas rotas marítimas com as Índias Orientais. O caminho a Oeste do Atlântico foi a saída encontrada para buscar as riquezas do Oriente. O encontro de um novo continente foi fundamental para a expansão colonialista espanhola. A América tornou-se a possibilidade da Espanha crescer quanto potência. O Tratado de Tordesilhas separou não só um continente, mas sim dividiu duas ideologias distintas: enquanto que o lado Oeste (espanhol) representava a possibilidade de expansão, para Leste (português) era apenas mais um pedaço de terra.

Essa visão do Brasil ser apenas um pedaço de terra, onde se pega a riqueza e procura retornar o mais rápido possível para o Velho Mundo, foi o início de uma ótica de desatenção e desvinculação de sua população para com a Terra de Santa Cruz. Mesmo que Portugal, no Séc XVIII, tendo perdido o posto de potência mundial, o sentimento de desvalorização da colônia continuou. Ainda mais nesse momento, onde o número de pessoas mestiças se torna maior que as pessoas brancas. Vale ressaltar que naquela época a noção de pureza de raça era fundamental para possuir não só status, mas também um posto nobre na administração colonial.

Com a chegada do Séc XIX, o iluminismo toma conta do pensamento de todas as colônias americanas, incluindo o Brasil. Porém, enquanto as independências das colônias inglesas e espanhola se deram em forma de Repúblicas, o Brasil foi o único país que se tornou independente através de uma Monarquia. E o mais interessante: uma monarquia lusitana. Em outras palavras, enquanto as colônias americanas tornavam-se estados liberais, desvinculados a sua metrópole, o Brasil continuava com os mesmos ideais absolutistas, altamente vinculados aos valores monarquicos da antiga metrópole. As elites locais, além de justificarem o poder através de suas riquezas, justificavam a subordinação da população devido à sua mestiçagem. Não é em vão que o Brasil foi o último país a abolir o regime escravocrata na América.

Além desses fatores de questão administrativa, as elites nunca olharam com bons olhos a população e a cultura local. Sempre comparavam o "atraso cultural brasileiro" com a "pureza cultural francesa". Mesmo que as elites já não valorizassem mais o Estado Lusitano, elas continuavam a absorver a cultura européia. A desvalorização junto com a cultura brasileira continuou no ideário populacional.

Com a Proclamação da República no final do Séc. XIX, o Brasil começava a criar esboços de afirmação cultural, e começava a engatinhar no sentimento de nacionalidade junto a sua população. A Semana de Arte Moderna de 1922 foi fundamental para criar uma raiz forte de afirmação cultural brasileira. No entanto, politicamente o Brasil continuava fragmentado, pois a disputa entre os Estados Brasileiros não permitiam uma unificação de sentimentos nacionais. Como exemplo podemos recordar como ocorriam as eleições na República Velha, onde MG e SP detinham a centralidade política, e os outros Estados eram marginalizados.

Com a chegada de Vargas no poder, e o fim dos símbolos estaduais em prol dos símbolos nacionais, a identidade brasileira ficou mais nítida no ideário populacional. Mas é claro que vale ressaltar que nesse mesmo período, com os EUA começando a impôr seu modo de vida no continente inteiro, ironicamente o Brasil absorve rapidamente a cultura estadunidense, e vemos nos anos 60 um Brasil que valoriza ao extremo as tecnologias vindas do "irmão" do norte. Fazendo uma pequena ilustração cômica, é a industria de bens de consumo norte-americana fazendo o papel dos espelhinhos que os portugueses ofereciam aos nativos na época do achamento.

O início do Séc XXI promete ser um período onde a valorização da cultura local seja alicerce para a construção de uma identidade latino-americana legítima. E o Brasil desempenhará um papel fundamental para essa identidade, pois o cenário global é favorável a isso. Porém nós brasileiros devemos ter muita clareza desse desafio, para não cair no velho vício de trocar nossos riquezas por quinquilharias estrangeiras. Quem sabe assim a antiga frase: "Brasil, o país do futuro" se torne concreta.

Constituição da República dos Guaranis

Esse blog tem como objetivo postar alguns devaneios e informações a respeito de política, esportes, cultura, sociedade, e as mais diversas formas de expressão que valorizem o aspecto humano da sociedade global. Aqui será um espaço voltado para pensamentos e reflexões de nossa "justa" sociedade contemporânea, e recuperar informações históricas que os livros didáticos "esquecem" de divulgar.

Buenas, chega de delongas, pegue seu mate, e sente na roda para prosearmos.

abração