sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Casamentos MUITO BEM Arranjados


Aprofundando um pouco mais minhas pesquisas sobre as Guerras Guaraníticas, acabei descobrindo alguns fatos MUITO interessantes. Entre eles, os respectivos casamentos entre Fernando VI com Maria Bárbara de Bragança, e de D. José I com Maria Vitória de Bourbon em meados do Séc XVIII. Mas o que isso tem de relevante sobre nossa República "Comunista" dos Guaranis??? Veremos a seguir.

No final dos anos 40 do Séc XVIII, com o advento da Revolução Indústrial no Velho Mundo, as Monarquias Absolutistas começam a entrar em crise. A Burguesia já aliada aos Governos Monárquicos começam a mostrar sua intensa vontade de assumirem o Poder Político. O Pensamento Iluminista já é algo comum nas Metrópoles e nas Colônias. O mundo está muito próximo à grande mudança que terá como estopim a Queda da Bastilha no dia 14 de julho de 1789. E lógico que esse espéctro também ronda a Península Ibérica.

Após 200 anos de inimizades, Luso-Brasileiros e Hispano-Americanos percebem que possuem um inimigo em comum: As Missões Jesuíticas na Bacia do Prata. Território fronteiriço, onde se desenvolviam sociedades que se afastavam da lógica colonial ibérica, com alto consenso de solidariedade e organicidade. Em poucos anos, aqueles malditos Jesuítas conseguiriam criar uma Estado próprio, sendo uma "grande pedra no sapato" nos interesses das metrópoles. E para evitar esta insolência algo deveria ser feito.

Uma primeira "bandeira branca" foi levantada pela Coroa Espanhola: o herdeiro do trono hispânico, Fernando VI, casa-se com Maria Bárbara de Bragança, filha de D. João V de Portugal. Após a morte do absolutista lusitano em setembro de 1750, seu filho D. José I desposa a irmã de Fernando VI, Maria Vitória. Os Bourbon da Espanha e os Bragança de Portugal selaram acordo não só fronteiriço, como também selaram um belo acordo pelo parentesco. A Península Ibérica voltara a ser una pelas famílias. Essa união foi o início do fim da sociedade mais bem estruturada do Novo Mundo...

Então, as Coroas expulsam os Jesuítas do continente, tranformando-os em verdadeiros crápulas perante o Velho Mundo. A Companhia cai em descrédito junto a Igreja Católica. Um de seus principais algozes foi Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782), Conde de Oeiras, condecorado como 1º Marquês de Pombal em 1755. Vale avisar aos desavisados que Marquês de Pombal é o nome dado ao Primeiro-Ministro em Portugal. Nesse momento, a Terra de Camões ganha seu primeiro Déspota Esclarecido, promovendo assim um grande desenvolvimento econômico àquela metrópole.

Após fazerem as pazes, as Coroas começam a formular a estratégia para avançar dentro do continente, afim de terminar com aquela heresia nos afluentes do Prata. Um primeiro encontro ocorre em agosto de 1752 em Castilhos Grandes, no litoral uruguaio. Após uma festa cheia de pomposidades e trocas de muitos presentes em ouro, começa o planejamento da Grande Expedição demarcatória das novas fronteiras. Ocorre a troca da Colônia de Sacramento pelos 7 povos, e o resto vocês já sabem...

3 comentários:

Unknown disse...

Celo...
Como sempre, me surpreendendo.
E eu, vivendo e aprendendo!
Ares irônicos e revolucionários não te faltam, e consegues expressá-los perfeitamente em seu BLOG.
Mais uma vez, parabéns!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

tá na hora de atualizar o blog... estou na expectativa dos próximos textos.

abç