terça-feira, 7 de agosto de 2007

CO YVY OGUERECO YARA!!!!!!!


"Esta Tem dono!!!"

Essa é a tradução da frase que dá titulo a esse texto. Mas quem exclamou esse grito? Quando foi dita essa frase? Bem, vamos revirar alguns livros empoeirados, e conhecer o primeiro grande herói do Rio Grande do Sul: Sepé Tiarajú.


Sepé Tiarajú era um índio órfão de pai e de mãe, que nasceu na redução de São Luiz Gonzaga, em ano desconhecido, porém se estima q tenha sido entre 1720 e 1730, já que era um jovem guerreiro quando faleceu em 07 de fevereiro de 1756. Ainda criança foi adotado por um Padre Jesuíta, e foi morar na redução de São Miguel Arcanjo. As reduções eram cidades prósperas no coração da América do Sul, organizadas e administradas por padres e índios. Viviam em cada redução cerca de 6 a 10 mil habitantes guaranis. Pode-se dizer que essas reduções eram sociedades quase utópicas. Mas sobre as reduções falarei melhor em outro momento.


Nessa época a América estava sob domínio da Espanha e de Portugal, e após inúmeras negociações entre as coroas, foi decidido que a Colonia de Sacramento (atualmente no sul do Uruguai) pertencieria a Espanha, e em troca Portugal ganharia o território equivalente aos 7 povos jesuíticos que viviam a leste do rio Uruguai. Essa negociação teve um nome: Tratado dos Limites, também conhecido como Tratado de Madri, assinado em 13 de janeiro de 1750. Vale lembrar que o total de reduções (povos) jesuítas formavam o total de 33 cidades nos afluentes dos rios que formam a Bacia do Prata.


Após efetuado esse Tratado, o jovem guerreiro que era o Alferes Real e Corregedor do Povo de São Miguel, se negou a deixar seu povo sair das reduções. Os portugueses exigiam que os indigenas saissem de suas terras, e atravessassem o Rio Uruguai para o lado espanhol afim de poder conquistar e colonizar a fronteira. Quando foi preso pelos lusitanos, exigiram que Sepé beijasse a mão do general português. O Guerreiro se negou a beijar-lhe a mão dizendo: "Ninguém me obrigará a beijar a mão de outro homem. Depois, sou eu o dono desta terra que tentam tomar." O general riu dizendo que ele era apenas um pobre bárbaro. Com mais raiva ainda, Sepé disse: "Bárbaro? Tu és que pretendes arrancar a terra de seu dono e eu luto em defesa do meu povo. Quem afinal é o bárbaro aqui?". O general tentando mudar de tática, fingiu amizade junto a ele, e tentou descobrir o lcoal onde eles escondiam os cavalos. Sépé se calou, e habilmente conseguiu fugir da prisão portuguesa.


De volta a São Miguel, o povo vibrou de alegria com o retorno de seu líder. Ele contou os planos dos portugueses, e decidiram não entregar as terras sem lutar. Afinal, "essa terra tem dono." Quando houve a invasão dos portugueses, os índios defenderam bravamente seu território, porém numa briga entre a pólvora do exército lusitano contra os arcos e flechas dos indígenas, obviamente os nativos perderam, e feio. Na batalha de Caiboaté Sepé Tiarajú foi morto. Quando levou o primeiro tiro, ele conseguiu se segurar no pescoço de seu cavalo, porém foi perdendo suas forças e caiu por terra. O soldado que perseguia ele chegou perto do corpo quase desfalecido, e dá o último tiro. Sepé está morto. Junto a ele, 2500 guerreiros missioneiros morrem nessa batalha.


Pode-se afirmar que Sepé Tiarajú foi o primeiro grande herói do Rio Grande, e o primeiro a bradar amor junto à sua terra. Das missões restam apenas as ruínas tombadas pela Unesco, porém no ideário do povo riograndense Sepé ainda vive. Elevado pela população a grau de Santidade, ficou conhecido como São Sepé. Diversas lendas gaúchas contam suas histórias e proezas. Hoje na entrada da cidade de São Miguel Arcanjo existe um arco com sua estátua, e abaixo a frase: "Co yvy oguereco yara". Uma homenagem ao guerreiro que lutou até a morte junto com seu povo para defender sua terra, seu lar.





ESSA TERRA TEM DONO!!!!!!!!!!!

3 comentários:

Unknown disse...

Olá Celo, COM CERTEZA, Co yvy oquereco yara, o RS tem dono... e somos nós. Sabes companheiro, que se depender de mim, avanteee!
rsrsrsrsrs
Milhares de beijos e parabén pelo Blog!

Márcio Duarte disse...

Camarada, muito bom o Blog. Ainda não li todos os textos mas com certeza quero devorá-los. Parabens pelo trabalho e um abraço

titvs disse...

Prezada Caroline, és descendente de Guaranis? Mãe e pai?
Devias escrever o texto em guarani então...